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7 de dez. de 2011

Pelo direito de uma vida público-privada



Quero falar do que convencionei chamar: “a covardia dasempresas que vasculham nossa vida público-privada”; e acreditam estar fazendo omelhor para a empresa, na verdade estão contratando humanos mascarados. Pessoasque perderam a liberdade dentro dos próprios perfis pessoais, prevendo a censuraque sofrerão quando forem submetidas à ditadura do RH de quem paga os salários.

Para não perderem o emprego que almejam se previnem, noentanto, por dentro continuam os mesmos de sempre, e em breve, muito em breve,as máscaras cairão e o que não foi dito em público nas redes, será dito àsocultas nos corredores. Interessante como querem a todo custo tolher aexpressão espontânea. É como se fossemos a um barzinho ou arquibancada deestádio (uma rede social não virtual de pessoas) e não pudéssemos gritar umpalavrão ou falar uma opinião contrária à de alguma autoridade. Quantahipocrisia e ingenuidade pensarem que eu não vou falar ou não penso de formacrítica, só porque não falo publicamente nas redes.

Pena que os colaboradores não possuam tanta importância nahora de dividir os bens financeiros da empresa, nestas horas, nossa imagem já nãosignifica muita coisa para seus cálculos. Eu até entendo que ao comunicar nasredes podemos expor fraquezas empresariais perigosas para o desenvolvimento dainstituição, e entendo também, que ser exposto negativamente não interessa aninguém, nem mesmo a nós, meras pessoas físicas mortais. Mas o que querem? Ailusão de que sempre acertam e falaremos bem deles?

O que faremos? Deixaremos de ser nós mesmos e abriremosperfis pessoais para ficar com “cuidadinho de fantoche” sobre o que vamos falar,senão vem “alguém” da empresa e nos manda embora, ou não nos contrata? Ou vamosfalar espontaneamente o que pensamos desde que já não estejamos mais em horáriode trabalho, o que teoricamente não implicaria mais em responsabilidade diretacom a imagem da empresa?

E a empresa o que vai fazer? Continuar na pretensão de pressionar que coloquemos nas postagens o quequerem que os colaboradores aparentem ser? Ou vão corajosamente utilizar ascríticas e repensar a conduta, fazendo o que deve ser feito para cumprir com aprópria promessa, ou seja, colocar o consumidor como mais importante do seuesquema de negócios? E neste caso, lembremos que o colaborador também é umpotencial consumidor.

Uma empresa que impede os comentários negativos ou pune seusfuncionários por isso, se apresenta aos consumidores na carapuça dopseudo-sucesso, ao contrário de que uma empresa que permite a convivência mútuados prós e contras sobre si, mostra sua verdade em público e permite que oconsumidor livre e democraticamente, tenha sua própria opinião semconstrangimento ou restrição de informações.


2 comentários:

  1. Marcelo, seu texto tem um tom forte de conteúdo... Arquitetado com argumentos bem fundamentados e mesmo assim não consigo concordar 100%
    Cada olhar vê a mesma cor de forma diferente ainda que seja mínima a diferença, ainda que seja um fragmento pequeno que cauda a diferença... ainda sim é um ângulo diferente

    Cada empresa tem seu perfil.

    Na sua maioria vamos olhar o comportamento das pessoas no Orkut... Facebook é um pouco mais elitizado.

    Acho certo que as empresas achem o equilíbrio e saibam muito bem quem estão colocando dentro de suas empresas.

    Agora, cabe também a pessoas verem em que estilo ou perfil de empresas elas querem trabalhar.

    Vemos muitas pessoas tendo vida dupla o que pode sim prejudicar a empresa ou até um amigo.
    Em cada lugar se deve ter uma postura.

    Isso é o que eu acredito

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  2. Sou obrigada a concordar com o Vitor acima (que não conheço, que fique claro).
    Para quem publica a sua vida (muitas vezes de forma desastrosa) cabe a consequência de arcar com essa atitude.
    Bjus
    Hegli

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